quinta-feira, 17 de março de 2011

Poesia 16: Dentro dos teus olhos


Van Gogh: Sun Flowers
Dentro dos teus Olhos

Quão fundo olhei dentro dos teus olhos
Pra encontrar uma imensidão de dobras,
Cores e sombras.
Amor, tu dissestes
De um tempo onde nada fazia sentido,
Que me querias.
E tua luz arrancou-me os olhos.
As órbitas vazias,
Alegrei-as com flores,
As mais vivas e coloridas.
Mas o tempo morde
Mesmo as flores desbotam.
Minha mente errática
A sua, indo.
E a liberdade virou um salto no vazio:
Às cegas, de costas pra tudo, pra cima, pra antes
Pra dentro
Em meio a um colorido de sombras, e sons de futuros incertos
Esgueirando-se da lembrança e de sentimentos
Arrancou-se toda a pele.
E assim, pulsante, em sua nova carne viva
Deitou suavemente sobre o corpo nu,
O sangue de que são feitas todas as cores
Do amor.

Van

sábado, 12 de março de 2011

Poesia 15



Outro Carnaval que Acaba
                                                      
De quantos finais são feitos um querer?
De quantas maneiras não me deixei dizer?
E de quantas outras não sonhei,
Junto?
Talvez o lado mais certo de tudo seja o avesso
Nele há um aceno não visto,
Uma ligação perdida,
Um sorriso congelado,
Uma vontade secreta,
No tempo
Dos quereres de que são feitos os finais
Ficam sim sonhos e coisas que não passam
Ficam dores e desmantelos
Ficam flores e segredos
Os cortes profundos de onde brota poesia ruim
Que seria da poesia sem finais?
E do mundo sem Pierrots?
Óbvio,
Um lugar mais feliz!
A estrada apenas segue 
E o carnaval que nunca veio,
Apenas acaba
Mesmo
Ainda que com música e poesia


                                                                          Van



PS: bom FDS!