terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Poesia 21: Madrugada


MADRUGADA 
 
A noite escorreu fina por entre os dedos,
Não a senti.
Como o ar,
Desvencilhou-se do toque,
Da percepção,
De mim.
Se foi,
E já é quase dia.
Nenhum sol virá
Que não tenha havido antes,
Mas essa noite não houve estrelas,
Nem calor nem frio,
Muito menos amor,
Que é coisa de gente e não da noite.
Como tudo que não teve
Também não teve pássaro a madrugada,
Que me alegrasse com uma canção.
É
A noite que escorreu fina se encarregou,
De me dar um teto,
Paredes,
Porta,
Janela
Pra se demorar.
E é quase dia, e um dia virá aos olhos.
Já é quase dia e me lembro,
Que posso esquecer do sonho que não tive.
Lembro,
E que, com o sol desse dia,
Pode vir uma nova manhã.

                                                             Van.
 
             
                                 

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