terça-feira, 9 de abril de 2013

Antes que o amor acabe


Havia muita música no ar naquele dia. Nada poderia ser mais festivo do que um sábado no qual o samba tomava conta da cidade e a alegria dava o ar da graça, prometendo que tudo podia ser mais feliz. O enredo, claro, não seria outro, garoto que encontra garota, conversas sobre música e o povo que passava. Risadas na cara da vida. 

Como num drible sagaz e curto de Romário na pequena área, aquele canto de calçada havia se teletransportado para um universo paralelo. E num passe de mágica, gol! Dos alto falantes da rua, ouvia-se Chico Buarque: “Hoje, pena seria esperar em vão/ eu já tenho uma morena/ eu já tenho um violão/ se o violão insistir, na certa/ a morena ainda vem dançar/ a roda fica aberta/ e a banda vai passar”. 

Noite alta, o samba só crescia, dava para pensar em quantas melodias se podia desdobrar um único encontro. Quando suas mãos se tocaram, enquanto ela olhava através dos olhos dele, mais uma vez, parecia que Chico estava passando com a banda: “Eu quero cantar o amor/ antes que o amor acabe”.

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