terça-feira, 19 de novembro de 2013

Via Expressa para o Futuro


A moça levou consigo poucas lembranças quando cruzou a soleira da porta. Deu seus primeiros passos pela rua já em outro mundo, numa terra distante, onde não fazia mais diferença se haviam tido tempo de dar adeus. Pouco mudava a ordem das coisas as horas que passaram conversando sobre como consertar o que não podiam falar. 

Olhava para os edifícios daquele país estranho e via uma terra desconjuntada, fora de ordem, na qual seus passos não faziam eco e as pessoas só se amavam em filmes antigos. Sentiu saudades, de verdade, pela primeira vez muitos anos depois, já estava enraizada, misturava-se à geografia de um lugar na qual ela estava colada às paredes como cartazes de propaganda. Sentiu falta de uma fala de sorrisos, que mesmo sem contar o que sentia, falava do gesto mínimo que seus olhos faziam ao acordar. 

Quis um café com cuscuz, daqueles que nunca encontraria em meio a tantas vias expressas para o futuro.

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