quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Nunca é Dia do Caçador (conto)

Death Proof (Tarantino, 2007)
Na tarde que ele a procurou novamente, depois das primeiras (poucas) vezes que se viram, não fazia ideia o quanto estava se tornando perdidamente apaixonado por aqueles olhos escuros, fala rápida, gestos juvenis e balanço displicente daqueles cabelos longos. 
A pele dela agora lhe parecia ter a textura e cor que combinavam com a foto perfeita que pensou dela sem roupa. A nova estória que ela lhe contaria sobre algo banal e cheio de cores o faria pensar o quanto festejaria pra sempre viver naquele sorriso de lábios vermelhos e fartos. 
Bastaria agora que ela dissesse o seu primeiro oi e ele mergulharia no transe irremediável daquelas pernas, como na cena de Down in Mexico, do Tarantino. Mas ele ainda não sabia de nada disso.
O caçador, coitado, agora era a caça.

Nenhum comentário:

Postar um comentário