"DAVE BOWMAN: You see, something's going to happen. You must leave. HEYWOOD FLOYD: What? What's going to happen? DAVE BOWMAN: Something wonderful" (2010: The Year We Make Contact)
segunda-feira, 29 de junho de 2015
segunda-feira, 15 de junho de 2015
Cheiro de Mar (conto)
Ele aceitou o convite dela
naquela tarde para se verem. Nada demais. Talvez um chopp, mais um papo sobre as
poucas coisas que sabiam da vida um do outro. Já se conheciam há um tempo. Não
iam muito além de alguns limites interditos nas perguntas sobre as vidas
intimas de cada um, já sabiam o que precisavam saber desde a primeira vez que
se viram. Claro, já tinham ficado antes, duas, três vezes, não lembravam ao
certo. Não parecia mais ser o caso lembrar. Naquela tarde ele a pegou no
trabalho. Ambos deram um jeito de sair mais cedo. Para sua surpresa ela pediu
para ir a uma praia distante, não para o discreto café que sempre iam. O
percurso de quase uma hora ficou marcado pelo delicioso perfume dela. Harmonizava
com os movimentos das mãos, enquanto gesticulava para explicar-lhe algum ponto
de vista com veemência, quando sequer ele sonhava em discordar dela. Parou o
carro na areia. Pés no chão. Andaram vários minutos enquanto ela lhe falava de
mudanças, decisões e inseguranças. Ele só podia ouvi-la, não havia nada que
pudesse fazer ou dizer diante de tudo. Ela sabia, mas fazê-lo ouvir-lhe de
alguma forma lhe dava alguma segurança. Quase noite, entraram no mar. Lá ela
disse para ele que estava indo embora. Se beijaram com a certeza de ser a última
vez. Ela também estava se despedindo dele. No dia seguinte em seu carro ficaram, além de toda a areia, o cheiro de mar e o perfume dela que nunca mais o
deixariam.
domingo, 14 de junho de 2015
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