Anna Karina. (Vivre Sa Vie. Goddard, 1962) |
Ela pediu uma vodka.
Ele, uma cerveja. Longa pausa, demora infinita da garçonete. Seus olhares
afiados cortavam quando pousados mais do que uns segundos sobre os do outro. Na pressa
de dizer algo e preencher o espaço que inexoravelmente os ligava,
esgotaram todas as rotas de escape. Veio a vodka. A long neck ele bebeu no
gargalo, pequenos goles, sempre mergulhado nos olhos escuros dela, sorriso
besta. Ela acendeu um cigarro apenas para brincar com a fumaça que ganhava o ar. Terminaram
a noite abraçados em meio ao silêncio que os denunciava.
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