Robert Doisneau, Le Muguet du Métro, 1953 |
Fim de tarde e seu ônibus
parou em um sinal no retorno do trabalho. Pela janela viu um casal jovem,
enamorado, sentados abraçados num banco de praça.
Pensou numa canção que falava
da paixão e seus riscos: encontros, desencontros e perdas. A mesma que
cantarolou muito tempo atrás, depois que um grande relacionamento seu tinha
acabado. Ela o fez em um momento quase sem intenção, como uma música de fundo
que só ela podia reconhecer, para um amante fugaz, assim também, em um banco de
praça.
Se lembrava que este reconheceu a música de pronto e completou o verso,
que na verdade, falava unicamente dela.
Terminaram ainda naquela semana. Não
houve nenhum sobressalto. Guardou esse momento para si, como também essa
canção.
Nunca mais a cantou para ninguém.
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