Quase todos os dias, ao
café, ele contava seus sonhos. Ela os ouvia, um tanto a contragosto, mas meio curiosa.
Os dela porém, raros.
Quase nunca os falava. Ficava em silêncio, não sabia serem imagens do seu
futuro, ou de seu passado, que voltavam a lhe afligir como presente. Ou simplesmente, esquecimento.
Essas conversas
terminavam quase sempre com os dois mudos. Seus olhares atravessando o inalcançável
de cada um, esbarrando na parede branca por trás.
Um dia, devagar as mãos
de ambos cruzaram a mesa, se tocaram, entrelaçaram os dedos de leve.
O toque delicado disse a eles tudo sobre o futuro.
Às vezes, a realidade pode ser melhor do que imaginamos.
ResponderExcluirBeijo grande!
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