Então ela desceu as pedras em direção à praia. Disse apenas que era hora, que voltaria naquele momento para seu mundo. Mais abaixo, as
ondas quebravam e desenhavam inefáveis cortinas de fim de tarde no caminho que
o olhar dela perseguia. O destino estava traçado, desde sempre, tudo aquilo
estava pra acontecer, daquele único jeito. Trazia seu vestido de prata
de finas contas transparentes, translucido, deixava antever seu corpo, pernas,
peitos, ancas. Ultima visão que viraria memória pra sempre naquela urgente despedida
de tão poucas linhas. Havia um mar infinito lá embaixo. Nesse fim de tarde o
canto de Iemanjá se fazia ouvir límpido ao longe, as danças as quais não tive
tempo de desfrutar ficarão para um dia de festa no futuro. A moça cruzou as
pedras da barra e sumiu devagar em meio as ondas. Estava em casa.
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