Havia muita música no ar naquele dia. Nada poderia
ser mais festivo do que um sábado no qual o samba tomava conta da cidade e a
alegria dava o ar da graça, prometendo que tudo podia ser mais feliz. O enredo,
claro, não seria outro, garoto que encontra garota, conversas sobre música e o
povo que passava. Risadas na cara da vida.
Como num drible sagaz e curto de
Romário na pequena área, aquele canto de calçada havia se teletransportado para
um universo paralelo. E num passe de mágica, gol! Dos alto falantes da rua,
ouvia-se Chico Buarque: “Hoje, pena seria esperar em vão/ eu já tenho uma
morena/ eu já tenho um violão/ se o violão insistir, na certa/ a morena ainda
vem dançar/ a roda fica aberta/ e a banda vai passar”.
Noite alta, o samba só
crescia, dava para pensar em quantas melodias se podia desdobrar um único encontro.
Quando suas mãos se tocaram, enquanto ela olhava através dos olhos dele, mais
uma vez, parecia que Chico estava passando com a banda: “Eu quero cantar o
amor/ antes que o amor acabe”.
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