A moça levou consigo poucas lembranças quando cruzou
a soleira da porta. Deu seus primeiros passos pela rua já em outro mundo, numa
terra distante, onde não fazia mais diferença se haviam tido tempo de dar
adeus. Pouco mudava a ordem das coisas as horas que passaram conversando sobre
como consertar o que não podiam falar.
Olhava para os edifícios daquele país
estranho e via uma terra desconjuntada, fora de ordem, na qual seus passos não
faziam eco e as pessoas só se amavam em filmes antigos. Sentiu saudades, de
verdade, pela primeira vez muitos anos depois, já estava enraizada,
misturava-se à geografia de um lugar na qual ela estava colada às paredes como
cartazes de propaganda. Sentiu falta de uma fala de sorrisos, que mesmo sem
contar o que sentia, falava do gesto mínimo que seus olhos faziam ao acordar.
Quis um café com cuscuz, daqueles que nunca encontraria em meio a tantas vias
expressas para o futuro.
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