Edward Hopper - Room in Brooklyn |
Depois que todos saíram:
filhos, demais parentes e amigos, terminou de arrumar a casa. Algumas pequenas
coisas que ainda ficaram fora do lugar depois que se foram: umas poucas xícaras
de café, talheres, cadeiras.
Enfim, silêncio. Ficou
algum tempo à janela na sala mirando o horizonte de prédios, momento de rever
em segundos sua vida até ali, cada endereço, cada obstáculo vencido, cada
incerteza, decisão, algumas alegrias e umas tantas dores.
Seguiu para o quarto,
abriu o guarda-roupa, apenas um lado. Lá estavam as roupas dele nos cabides,
camisas, calças. Não seriam mais usadas, não mais por ele, pensou em doá-las,
era o certo. Mais uma decisão, dessa vez sozinha, como seriam as próximas de
sua vida sem ele.
Cansada, suspirou
profundamente e enfim, chorou de saudades.
Algumas ausências são, realmente, doídas.
ResponderExcluirA saudade torna-se nossa companheira.
Beijos!
Blog: *** Caos ***
Helena, que legal revê-la aqui!
ResponderExcluirSaudade é uma "coisa", tão abrangente e multi forma que nossas palavras mal alcançam. Talvez nossos sonhos, aí já entra em cena uma outra "coisa", o inconsciente...
Até já!
Abração!
Vivo um momento bem saudosista de minha vida, como nunca antes. E doí, na maioria das vezes. E me pego reflexivo,às vezes: talvez me doa porque ainda não aprendi a viver só comigo mesmo, não digo só de solidão (afinal, ninguém sabe ser solitário, penso eu!), mas digo só ao ponto de não precisar de alguém o tempo todo, acho que quando eu (nós) aprender(mos) a depender pouco, talvez as saudades (ou a maioria das) não doam tanto. Ou não, sei lá. De repente, a saudade foi feita pra ser doída e ponto, será?
ResponderExcluirPercebo que vivo um momento saudosista e interrogativo também.
Abraço, senhor Bowman.
PS: A propósito, como vão as coisas ai no espaço?
Olá Seu Chris,
ResponderExcluir"Saudade foi feita pra ser doída e ponto". BINGO!
Quanto como anda meu espaço, acho que cada dia mais vasto, portanto, cheio de vazios.
Feliz por sua visita.
Forte abraço.