Vsevolod Tarasevich (1963) Fonte: Soviet Postcards |
Ontem me
lembrei do dia em que você iluminou a casa com velas aromáticas, o perfume de
alecrim estava em tudo. No teto finas fitas coloridas.
Consigo
lembrar que não entendia, gostava, mas calava. Enquanto você me cobria de
beijos. Seu sorriso sob aquela luz amarela me fazia acreditar. Suas pernas e
ancas nuas, seus peitos e suas costas macias eram a única resposta.
Mas não
fiquei, nem você.
Hoje nos
encontramos naquele lugar impossível onde só a lembrança do aroma de incenso,
de primeiras confissões, desejos fofos ou sujos que não realizaríamos marcam as cartas
que nunca escreveremos.
Saudade é uma
palavra prenhe cheiros, cores, tato de coisas que poderiam ter sido.
Ou foram, apesar de que hoje mal consigamos lembrar delas.
Olá Dave
ResponderExcluirAs lembranças por vezes estão entre a benção e a maldição
Com algumas variações, o aroma do Alecrim a todos nós acompanha
Abraço
Olá Jonatas,
ResponderExcluirPerdão pelo atraso em respondê-lo tive problemas com o aviso dos novos comentários.
A ambiguidade presente nas lembranças é um fato. Agravada pela reconstruções falhas e evidentemente tendenciosas que elaboramos sobre o que ocorreu.
Na realidade você está certo mais uma vez, alecrim é apenas uma possibilidade, a incerteza sobre o que passou nos cerca.
Obrigado pela visita.
Grande abraço,
Dave.