Noite, pouca luz pelo quarto. Quase
irreal tê-la ali em suas mãos: todos os cheiros, curvas e pelos. E mais aquele
jeito de dizer o nome dele em sussurro, que ela recentemente inventara.
O corpo dela em suas mãos, naquele
instante inesperado, parecia trazer algo de religioso, de mágico pelo proibido.
O algo que o salvaria, o redimiria por alguns instantes quando lembrasse isso
no futuro. Por enquanto, a feitiçaria que existia nos movimentos daquelas ancas
o fazia perder-se em danação. Sabia disso. Gostava cada vez mais.
Lia em cada reentrância um sinal, pra
ele só o caminho que os peitos dela apontavam poderia levar-lhe para o lugar
comum de onde nenhuma vida consegue voltar. Era um caminho sem volta. Ela lhe
segurava forte uma das mãos. Com a outra cravava as unhas nas costas dele. E assim
o conduzia para sabe-se lá onde.
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