Frans Zwartjes, Gelatine Zilverdruk, 1972 |
Sentaram juntos no sofá. A TV ligada como mero cenário, ponto de fuga. As mãos mal se tocaram.
Era hora do silêncio final dizer mais do que qualquer das conversas que tiveram sobre o que não mais aguentavam carregar consigo. De Todas as vezes que as lágrimas foram embargadas, toda tristeza dissimulada para que a vida continuasse de algum modo.
Nessa noite as mãos se soltaram como se não tivessem nunca se encontrado. Como se a tristeza dominasse o mundo, o que também era verdade, e o amanhã, não mais viesse por causa de alguma praga que separaria para sempre as pessoas.
Coisas que acontecem no momento em que pessoas estão prestes a se perderem para sempre.
Cidade do México
(seilámaisquediadequarentena)
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