Pulou do ônibus, última parada, sol a pino. Seguiu sozinha pela calçada quase correndo pelos quarteirões até a casa dele. Ato intempestivo. Nada mais interessava. Não se conformava com o destino. Cedo ouvira de um amigo que ela só escrevia sobre o fim. Não hoje, o final seria outro. Queria provar a si que a vida podia ter outro desfecho.
Levou uma topada, arrancou a tira da sandália de dedo. Foi descalça o resto do caminho. Seu vestido floral, agora quase uma vela de barco, faltando pouco para fazê-la decolar com o vento. Seus cabelos se assanharam. Tocou o interfone quase a furar o botão. O “sim, quem é?” da voz mecanizada através do aparelho lhe fez abrir um sorriso.
Quando a porta se abriu, ele estava absolutamente surpreso com sua presença. Dava pra ouvir o som de Cat Power vindo do quarto: “Or the sound of your voice my dear/ That's got me dragged in here”.
E ela não conseguia parar de sorrir. Enganara o destino, mais tarde escreveria sobre algo que estava começando naquele dia.
Cidade do México
(umdiaqualquerdaquarentena)
Acho que finais tendem a ser mais inesquecíveis. Não que um começo tb não tenha esse poder... mas finais...
ResponderExcluirOlá Seu Chris. Que legal ter sua visita por aqui depois de tanto tempo! Pois é parece que o blog ganhou uma sobrevida devido ao fim do mundo. Pois é, meu caro, os finais tem o seu poder... Abração
ExcluirSeus textos tão envolventes e tão bonitos ♡ Dá sempre esperança, a porta que se abre.
ResponderExcluirOlá, Larissa! Que legal revê-la aqui no blog. Tinha dado uma parada desde o ano passado. Pois é, de repente as portas mais inesperadas se abrem...
ResponderExcluirAbraços