Praia Secreta nº 1 (Van) |
Por favor, “tire seu sorriso do caminho que eu
preciso passar com minha dor”. É assim que a onda de balanços desse ano me
atingiu. Dessa vez, como tsunami.
A vida não tá fácil pra ninguém, não há
motivos pra fingimentos, eu sou assim, olhar pra trás nos faz fortes e menos
idiotas. A alegria gratuita é o alimento da ignorância. Ser feliz é a meta
impossível, a utopia que persegue qualquer um que olhe ao redor de forma
adulta. Dessa forma, e sob esse olhar, 2012 foi pau. Foi pau, pedra e o fim do
caminho.
Algum otimista a essa altura já pensou em me dizer: “pois tome outro
caminho e tal e tal...” Antes que o faça, e que eu sinta uma vontade
irrefreável de usar meu phaser desintegrador, só adianto o seguinte: volte para
o seu lar e me deixe em paz.
Em 2012 perdi muito, tive pouco ou nada em troca,
a compensação da vida é continuar vivo e continuar tendo momentos alegres
regados a fortes descargas de serotonina, dopamina, adrenalina e ilusão. Perdi uma pessoa
amada, sem retorno de nenhum tipo. Pelo menos, possível nesse mundo. A perda
pessoal, de si, de outro, de rumo, compensado por difíceis manobras de
emergência, e forte presença de poucos amigos leais, deram o tom de um ano que
só terminou por decreto das últimas folhas do calendário.
Não, não terei
saudades de 2012, que conseguiu ser mais cruel que 2011 e ainda superou o antes
imbatível 2009. Ainda estou acampado em minha vida a meio caminho de lugar
nenhum. Que venha 2013 e seja venturoso.
Pois, se for pra encher meu saco, que venha
armado.