domingo, 3 de fevereiro de 2013

Fevereiro, Novamente



Fevereiro novamente. Janela aberta, dava para ouvir o ensaio da bateria do bloco de maracatu que passava – O carnaval já estava à porta. Um ano atrás, esse mesmo calor, cheiro dos benjamins na calçada, uma noite parecida e eles foram à rua na hora que o bloco passou. Assim, pararam de fazer o tudo que os distanciavam de sorrir e se deixaram. Sorriram e dançaram, não havia mais nada para se importar. 

Cada rua séria ganhou um tom de alegria a cada volta que davam por um novo quarteirão. Hoje, essa euforia não apareceu. Não entendeu bem em que momento perderam-se nos rodopios de uma dessas cirandas da vida, ou em alguma esquina dos sentimentos que mudam o compasso. O bloco passava novamente, mas ela não estava lá, eles não estariam nunca mais. 

O carnaval era alegria, pois superação intensa de todas as tristezas, assim, como o branco é soma de todas as cores. Saiu de casa e seguiu o bloco outra vez. Nesse instante que sua vida era o branco impessoal dos dias pra levar, nada lhe caia melhor do que perder-se em todos os enredos imaginários que o samba operava em sua cabeça. 

Estava triste. 
Estava pronto para o carnaval.

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