Fevereiro novamente. Janela aberta, dava para
ouvir o ensaio da bateria do bloco de maracatu que passava – O carnaval já estava
à porta. Um ano atrás, esse mesmo calor, cheiro dos benjamins na calçada, uma
noite parecida e eles foram à rua na hora que o bloco passou. Assim, pararam de
fazer o tudo que os distanciavam de sorrir e se deixaram. Sorriram e dançaram, não
havia mais nada para se importar.
Cada rua séria ganhou um tom de alegria
a cada volta que davam por um novo quarteirão. Hoje, essa euforia não apareceu.
Não entendeu bem em que momento perderam-se nos rodopios de uma dessas cirandas
da vida, ou em alguma esquina dos sentimentos que mudam o compasso. O bloco
passava novamente, mas ela não estava lá, eles não estariam nunca mais.
O
carnaval era alegria, pois superação intensa de todas as tristezas, assim, como
o branco é soma de todas as cores. Saiu de casa e seguiu o bloco outra vez. Nesse
instante que sua vida era o branco impessoal dos dias pra levar, nada lhe caia
melhor do que perder-se em todos os enredos imaginários que o samba operava em
sua cabeça.
Estava triste.
Estava pronto para o carnaval.
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