segunda-feira, 4 de março de 2013

Em um abraço

Josef Kunstmann

Pensou mais uma vez em dizer-lhe tudo no momento em que se abraçavam apertado. Mais um daqueles encontros imprevistos. 
Novamente, todos os segundos nos quais seus braços apertavam firmes um ao outro, remetiam aos tantos anos de cumplicidade, risadas, dores e, por fim, distância. Pouco tempo para sentir seu coração pulsando por cada ano que estiveram juntos, as batidas aceleradas pelos segundos ali, de volta ao peito um do outro. 
Casa pode ser o sinônimo de lugar onde se pode sonhar, mesmo que o sonho tenha passado, compartilhá-lo é um abrigo. Estacionamento lotado do shopping. Seguiram então, sorrisos no rostos, cada um para seu carro.
Tinham que partir. Quando se veriam novamente? 
A única resposta para eles é que amanhã seria outra segunda feira.

Um comentário:

  1. Nos seus contos reina a intimidade, um pequeno momento, uma doce palavra, um instante de amargura. Serias o escritor do intimismo?

    Teríamos esperanças em ver nomes nos anônimos personagens?

    Dimas

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