Pela Janela (15/06/12) |
Poderia falar aqui de meus problemas, sobre meu dia,
minhas noites sem sono
pensando em você, na chuva que não para de bater em
minha janela...
Mas não posso, não posso citar teu nome,
Você não gostaria. Você teme muitos sons.
Você teme que outras pessoas ouçam seu nome... Saindo
de minha boca.
Algo mais intimista... E a chuva insistente.
Não quero falar... Quero sossego.
Não direi, talvez nunca o diga, nem no vem e nem no
vai.
Agora me lasquei. Já é tarde para tudo isso. Sinto
falta do cheiro do café.
Fios de cabelos caem, é preciso dormir, isso me
incomoda... O cheiro da chuva e não do café.
Se eu fosse eu, amanheceria outra.
Sussurrei que sim, agoniada... Vou dormir.
Falta o som, da chuva, da música, do riso... Falta
sono.
Falta sorte? Ou falta amor?
* Fonte: AQUI
Nota: Bríggida Lourenço, professora da Universidade Estadual da Paraíba, escreveu esse texto na noite do dia 18/06/12. Foi assassinada pelo ex-companheiro em sua própria casa na manhã do dia 19/06/12.
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