quarta-feira, 28 de maio de 2014

Pelo Canto do Olho

Babe (Hugues Erre, 1986)
Ele disse pra ela que não havia mais como sentir-se tão vazio por amá-la.
Do seu desejo de negar-se totalmente quando ela pausava seu olhar sobre ele,
mesmo por poucos segundos. Desse olhar assustador de canto de olho que sorrateiramente o perseguia e flagrava-o em pleno ato de voyeurismo do que não valia mais a pena.
Antes de usar toda coragem que nunca teve e sair,
Ainda conseguiu dizer do seu desejo doentio,
Sua fixação atormentada pela imagem dos cabelos dela sobre o rosto (que escondiam ainda mais seu olho).

Bateu a porta com força naquela sexta feira a noite.

Pouco depois, sem piedade, deixou-se abater por doses massivas de vodka num bar.

Um comentário:

  1. Desejo, negação, amor e Vodck transmutam obsessão. Saudades da vida, ou que se imagina dela, cara.

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