Saudade - Almeida Júnior |
Olho,
Mas todas as ruas estão vazias.
O olhar persegue fantasmas
E abandona as imagens das ruas.
Os prédios vazios têm janelas sem histórias,
Onde olhos claros sem alma
Derramam lágrimas sem verdades,
E sem mentiras de um outro tempo.
Anjos do passado querem roubar as lágrimas
do mundo,
Todas elas.
Querem também a retina,
E o cristalino olhar vazio.
Tornarem-se donos do futuro,
Enxugar as faces,
Não mais permitir os amores
Virarem sal.
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