Aquela manhã parecia estranha por tudo, a noite tão pouco o
fora menos. Além da chuva infernal, daquelas que marcariam os editoriais de
todos os jornais, seu telefone não tocara. Passara a noite só. Pensava: “seria
necessário, qual o sentido disso?” Mas ele não viera. Pela manhã o café, solitário.
Uma mensagem de bom dia, um comentário sobre a chuva (o último). Uma vontade infinita de
estar junto, dessas de quem pressente o fim, sente o resto da eternidade
esvaindo-se nos próximos minutos, enquanto o café esfriava na xícara. Mas ele
não veio. O dia veio como o último, nos próximos minutos, a própria vida iria
assim mudar de lugar, sem avisar, a ninguém. Pra onde o som da sua voz não estaria
mais em lugar nenhum. E o desespero não mais a atingiria.
E ela partiu em seu vestido azul. Faz um mês amanhã.
Aquela chuva continuou pra sempre, como testemunha de um dia que a graça precisou ser reinventada no mundo.
"Pode ser a eternidade má
Eu ando em frente pra sentir saudade" (Marcelo Camelo)
Eu ando em frente pra sentir saudade" (Marcelo Camelo)
Que lindo... :( Foi isso mesmo, foi um dia feio, estranho, frio. O prelúdio do que mais tarde seria a vida sem o calor daquele sorriso! Saudades sempre e vontade de que a justiça seja feita!
ResponderExcluir"Na manhã infinita vontade de estar junto..." pois é assincronia me persegue!!!
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